do que se colhe;

É absurdo - a colheita é inevitável, o plantio é de sua escolha. Essa coisa de viver no remorso do que se poderia ter sido e nunca foi - resultado imediato. A angústia da espera, a angústia da frustração, a angústia da incapacidade absoluta de se fazer diferente. É o olhar ainda infantil, ainda inexperiente, ainda egocêntrico; que se espalha em cacos quando a realidade se mostra em quinhentas tonalidades diferentes. Tão inaceitável quanto a fadiga é o desespero - esse de se querer controlar o tempo, se se querer acontecer plenamente. A ampulheta inerte, totalmente away aos escrúpulos. É uma dor de cabeça que parece não terminar nunca, é um choro escarniçado e cheio de rótulos - por ser fraco, por ser vão, por ser auto-destrutivo.

É o contraste entre o que se quer e o que se pode - quando se quer porque se pode, e não o contrário.